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Construir nº132  1 PLANTA, 3 FACHADAS

Quem passa em frente a essas três casas localizadas em um condomínio em Paulínia, SP, nem imagina o que se esconde do lado de dentro. Projetadas para três irmãs, as fachadas das residências estampam os estilos de cada uma das moradoras, mas foram construídas baseadas na mesma planta, ou seja, tiveram os ambientes distribuídos igualmente. “Os pais presentearam as filhas com terrenos de 300 m² em um conjunto residencial. A construção das moradias, no entanto, dependeria de uma solução que proporcionasse menor custo. “Para racionalizar o projeto arquitetônico, desenvolvemos uma única planta com fachadas e acabamentos diferenciados, adaptando-as ao gosto das três”, contam as arquitetas Maira Del Nero e Juliana Bôer, do escritório Cria Arquitetura, convocadas para esse desafio.
A proposta das profissionais foi criar casas compactas – de 220m² -, com soluções eficientes. A construção modular em alvenaria estrutural com blocos de concreto armado resultou em um volume com forma de vagão. Internamente, os cômodos se organizaram de maneira sucessiva: hall, sala de estar, TV e jantar integrada à cozinha, lavabo, despensa, lavanderia e varanda com churrasqueira no pavimento inferior. No superior ficam um banheiro social, dois dormitórios e uma suíte com closet, além de uma extensa varanda. “As áreas molhadas, como cozinha e banheiros, se concentram ao fundo, solução que otimizou as instalações hidráulicas”, destacam.

Com a Cara das Donas
Apesar de irmãs, as três possuem perfis distintos, uma delas é publicitária e antenada com a moda, a segunda é dentista e mais ligada à natureza e a terceira é engenheira e preza pela praticidade. Foi o estilo de vida e a personalidade de cada uma que orientaram Maira e Juliana no momento de projetar as fachadas. “Optamos pelos mesmos elementos, porém empregados diferentemente. A empena marca a entrada e outro volume mais baixo e fechado por portão, abriga a garagem.
Confira de perto os detalhes das três fachadas:

Moderna
Com linguagem contemporânea, a residência da publicitária possui linhas retas e laje plana. É a única que, em vez de telhado inclinado e aparente, apresenta telha cerâmica que requer inclinação mínima de 3%. ”Essa característica  permitiu que a cobertura fosse ocultada pela platibandas. Isso ainda dispensou o uso de madeira, reduziu o custo das impermeabilizações e ofereceu conforto térmico à parte interna”.
Os revestimentos seguiram o mesmo conceito, com predominância da cor branca e da madeira. A empena foi revestida com pedra ao Tomé branca e apóia o pergolado de madeira com cobertura de vidro que protege o portão principal. O volume da garagem é fechado por portões de madeira ripada, usada também para confeccionar o solário com guarda-corpo de metalon pintado, disposto na cobertura.

Praticidade em alta
Para a prática engenheira, escolheram tijolo aparente como revestimento da fachada, pois o material requer pouca manutenção. A porta de madeira também tem um recuo em relação ao volume da escada e ganhou um toque contemporâneo devido a laje plana e ao revestimento de tijolinho. O restante da cobertura da casa recebeu telhado convencional de cerâmica na cor palha.
A empena da casa apóia uma marquise de concreto pintada de branco e tem função de proteger a porta, além do pergolado de madeira com cobertura de vidro.
O volume do portão foi fechado com portões de chapa metálica pintado de branco e, no lugar do solário, Maira e Juliana optaram por implantar um telhado de duas águas, que dialoga com o traços da arquitetura.

Toque rústico
Para esse projeto, destinado à dentista, as arquitetas apostaram em uma linha mais rústica, com tons e aspectos naturais. ”Contudo, para não perder o aspecto contemporâneo, o madeiramento do telhado e a porta foram pintados de branco, suavizando outros elementos como a pedra bolão presente na empena que marca a entrada e apóia o pergolado de madeira com vidro, disposto sobre a porta principal”, acrescentam.
Nessa fachada, a porta de madeira tem um certo recuo em relação ao volume da escada,que e desloca do telhado devido a grande abertura que acompanha sua inclinação.
A garagem conta com portões de chapa pintados de branco e o solário também foi substituído por um telhado de duas águas. Para finalizar, a cobertura foi feita com telha de cerâmica na cor palha.

Distribuição dos Ambientes
As moradias foram construídas em 1 ano, com diferença de algumas semanas de uma para a outra para possibilitar a reutilização de formas e pontaletes na concretagem das estruturas.
De acordo com as arquitetas, a idéia era desenvolver espaços claros e integrados. No térreo, por exemplo, foi escolhido o mesmo piso para todos os cômodos – cerâmica bege 50 x 50 cm -, exceto nos quartos, onde empregaram laminado. “Para o calçamento da área externa optamos por mosaico de granito, nas paredes da cozinha e banheiros predominou a cor branca com detalhes coloridos de pastilhas.” As paredes da parte interna foram revestidas com gesso e ganharam pintura em látex  (indicada para esse material) na tonalidade off-white para contrastar com o teto que recebeu tinta branca.
Além disso, como o terreno não era amplo, as profissionais buscaram agregar funcionalidade aos espaços. As garagens, por exemplo, foram fechadas para a rua e parcialmente abertas para a área de lazer.

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