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I Campinas nº12I Campinas living – Expresso decoração

A estação Guanabara é o cenário da Campinas Decor 2008, que reúne 82 profissionais.

O prédio da antiga estação da Companhia Mogiana, no centro de Campinas, teve seus dias de glória durante a produção cafeeira. Com o fim da estrada de ferro, a Estação Guanabara entrou em decadência, sofreu os efeitos do tempo e foi depravada por invasores.
Uma parceria firmada entre a Unicamp e as organizadoras da Campinas Decor devolveu vida ao edifício. A fachada foi restaurada, a gare (estrutura de ferro sobre a plataforma) foi recuperada e as dependências da administração foram revitalizadas.
“Fizemos um trabalho de proteção para o piso e pinturas históricas receberam uma camada de química”, explica Stella Tozo, uma das organizadoras do evento.
Os profissionais expositores fizeram um treinamento intensivo em restauração com Marcos Tognon, professor da Unicamp e membro do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico (Condephaat). Trabalhar com patrimônio tombado dá o dobro de trabalho, leva mais tempo para as coisas acontecerem, mas inspira a todos. “A possibilidade de devolver esse ícone arquitetônico à cidade fez com que todos se apaixonassem pelo projeto”, afirma Sueli Cardoso, do Campinas Decor.
Andando pela mostra, belezas aparecem. No espaço da dupla Juliana Boer e Maira Del Nero, a arquitetura do século passado convive com conceitos atuais, como a sustentabilidade. “Criamos um espaço para descanso com o mínimo de impacto ambiental possível”, afirma Juliana.
Com madeira certificada, tinta à base de terra, refugos da indústria têxtil e artigos ecológicos, elas abriram mão de produtos que liberam CO2, deram preferência a fornecedores da região e reaproveitaram até a madeira dos batentes para criar bandejas, molduras e bancos. “Vamos neutralizar a construção do ambiente com o plantio de árvores, promete Maira”.
O ambiente luxuoso que marcou época entre 1883 e 1995, período de construção da estação, inspirou o casal de arquitetos Adriano e Daniele Stancati, que assina o quarto do casal. Eles, que na mostra passada fizeram a inovadora garagem, optaram por fazer um quarto clássico, com cores sóbrias, poltronas Luís XV e detalhes em dourado.
O toque de criatividade fica por conta do trilho que percorre o teto até a penteadeira/aparador e sustenta o aparelho televisor. “ A idéia é que o marido assista TV na cama, enquanto a mulher usa o espelho que reveste a parte traseira do televisor para se maquiar”, explica Daniele.
Mas também há espaços modernos como é o caso da sala de convivência feita por Celina Bartholomeu Zappellini. Ali funciona um ateliê, home office, sala de TV e cave para vinhos.
Quando o evento terminar, na primeira quinzena de junho, o local será devolvido aa Unicamp, que vai transforma-lo em sede do Centro de Inclusão e Reintegração Social. Com bibliotecas, cursos e oficinas, além do Museu da Estação, será um espaço de formação profissional.

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